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Farinheira artesanal em Pacaembu. Gostinho de Brasil bem pertinho de você

Sara Zanolo Uemura Aluna do 2ª ano do Ensino Médio em Logística (AMS) e bolsista CNPq/PIBIC/UniFAI/ETEC Eudécio Luiz Vicente.

Você sabia que, em Pacaembu, existe uma farinheira artesanal e que você pode consumir essa farinha comprando-a nos mercados de nossa cidade e região?

Como descobrimos esta preciosidade histórica, técnica e cultural na Nova Alta Paulista? Foi a pesquisa com os jatobás que nos levou até a farinheira, como uma opção para a torra da farinha desse fruto, pouco comum por aqui.

Na manhã do dia 11 de novembro (sexta-feira), a professora e doutora Izabel Castanha Gil, idealizadora do Projeto Jatobá e orientadora desta aluna bolsista, chegaram até a farinheira, no bairro Nova Pacaembu, para a torra de cerca de setenta quilos de farinha de jatobá. Embora tão tradicional na história técnica e cultural brasileira, o contato com a farinheira, com o proprietário e com o seu filho, foi muito interessante.

A farinheira pertence ao senhor Valdomiro da Silva Ribeiro, um baiano de Candeúba, agora com 76 anos. Ele aprendeu o ofício com os seus pais, que migraram para o Estado de São Paulo quando ele tinha apenas dois anos de idade. “Inicialmente, minha família foi morar no bairro Indaiá do Aguapeí, e residimos alguns anos no município de Flórida Paulista. Depois viemos para Pacaembu e aqui estamos, há muitos anos.”

Valdomiro da Silva Ribeiro, dono da FARIMPAC, segura um pacote do seu produto artesanal em frente ao tacho de torração da mandioca. À direita, a farinha pacaembuense na prateleira de um supermercado local.

Instalada no bairro Nova Pacaembu, há cerca de quatorze anos, a farinheira foi construída pelo próprio senhor Valdomiro, que relata: “Trabalho na produção de farinha de mandioca desde os sete anos. Todas as peças dessa farinheira e a montagem foram feitas pelas minhas próprias mãos. Paguei apenas para construir o forno, o restante fui em que fiz, com material comprado aqui mesmo, em Pacaembu”.

Semanalmente, a produção é de aproximadamente 200 quilogramas da farinha de mandioca FARIMPAC, que é distribuída nos supermercados da cidade e outros da região. Ele compra a mandioca de alguns sitiantes do próprio município, além de plantios que faz nos terrenos vazios do seu bairro. “A seca de 2020-2021 atrapalhou bastante o desenvolvimento das plantas, diminuindo a produção.”

No Brasil, historicamente, o cultivo e o uso da farinha de mandioca na alimentação humana associam-se à cultura indígena, com registro desde o período do Descobrimento, incorporados aos hábitos dos portugueses, posteriormente integrados à alimentação dos negros escravizados, passando a compor um dos elementos de identidade da cultura alimentar brasileira.

Você pode conhecer a farinha FARIMPAC visitando a pequena fábrica localizada na avenida Carlos Gomes nº 256. Você pode entrar em contato pelo número (18) 98148 6427 ou, se preferir, poderá compra-la diretamente nos mercados da cidade. E como bom nordestino, seu Valdomiro também prepara a tradicional rapadura e o delicioso tijolo baiano. Suas boas memórias culinárias, certamente, serão reativadas.

Gostou da novidade? Vale a pena conhecer essa farinheira e experimentar a FARIMPAC, um produto artesanal, saudável, e o melhor: produzido aqui, na nossa região. Consumindo produtos locais você estimula a produção e toda a cadeia produtiva envolvida, contribuindo para o fortalecimento da economia local e regional. Além disso, você contribui para a redução da emissão de gás carbônico, ao reduzir os deslocamentos das cargas e, consequentemente, a queima de combustíveis fósseis.